Muita gente não sabe, mas a minha primeira grande paixão e que ainda hoje perdura é a dança.

Licenciei-me em dança e durante muitos anos fiz dela a minha vida, depois passou a ser pós laboral, depois passou a hobbie e depois de ser mãe anulei…

Talvez pelo tempo, pela mudança de prioridades ou talvez até mesmo só pela mudança de corpo…

Durante algum tempo, ou até muito, me perdi na loucura da maternidade, sem saber quem era mais. Achei que a Filipa bailarina, que se sentia super bem com o seu corpo não existia mais.

Talvez inconscientemente, levei com a pressão social que mulher mãe já não é sexy, é simplesmente “mãe”. Acaba por haver ainda uma ferida colectiva que a mulher mãe tem de se comportar de alguma forma específica, vestir de forma “correcta”, não ser demasiado confiante e sexy se não será intitulada de outras coisas..

Na minha maternidade acabei por perder a minha feminilidade, a minha sensualidade e desconectar-me do meu corpo…

Hoje aos poucos vou me reencontrando e trazendo a dança á minha vida. Percebendo o papel que ela hoje tem nesta minha nova “identidade”, nesta Filipa mulher e mãe.

Vou resgatando esta minha parte e trazendo para o meu trabalho também, que acho tão importante. O reconectar com o nosso corpo, a nossa sensualidade própria de sermos mulheres deusas. Esta nossa energia poderosa, esta força, este conectar com o nosso corpo. Movimento é expressão! Dançar é uma forma de expressar o que vai cá dentro.